terça-feira, 2 de agosto de 2011

A hipocrisia sobre a maconha


Por que a maconha é proibida? Porque faz mal a saúde. Será mesmo? Nenhum mal sério à saúde foi comprovado pelo uso esporádico da maconha. A proibição da maconha se dá muito mais por uma questão política, econômica, moral, do que argumentos científicos.

O difícil é que qualquer convite ao debate é interpretado como apologia às drogas, que é punível com cadeia. Porém, acredito que a liberdade de expressão nesse país seja maior que a ignorância de muitos. Alguns irão me rotular como “maconheiro”; apenas estou levantando uma questão que não há mais como fechar os olhos, seria como tentar tapar o Sol com a peneira.

Antes que me rotulem como maconheiro, vamos aos fatos: vários estudos já foram feitos, e deles, chegaram a diversas conclusões. Umas dessas conclusões é que a frase repetida há anos, “maconha mata neurônios” é um mito! Outro ponto interessante é que, nossa medicina, apesar de ser tão avançada, não descobriu – ou talvez porque realmente não tenha – nenhuma doença proveniente da maconha.

Dito isto, não consigo enxergar nenhum fator realmente importante para a não descriminalização da ganja, uma vez que, essa é utilizada para fins medicinais. O uso medicinal da maconha é tão antigo como a própria maconha. O único fator realmente “relevante” para continuarmos nesse preconceito é que a cannabis dá fome. Qualquer pessoa que fuma sabe disso, aliás, isso é um inconveniente: ela engorda.

Temos no nosso Brasil o tabaco e o álcool. Ambos mais prejudiciais a saúde do que a maconha. Não vamos aqui tentar justificar “um erro com outro”, mas para e pensa: Por que aquele e este citados anteriormente são bem vistos pela sociedade e a não descriminalização da maconha não? Posso, na minha insignificância, estar errado, como os doutores conservadores que não querem a legalização, mas o único motivo para isso é que, o dinheiro ilegal em circulação no planeta alcança US$ 1,5 trilhão. Eu me pergunto, para onde vai todo esse dinheiro? Será que vale a pena legalizar um produto que rende tanto por fora? Claro que não. É do salário extra de muita gente que estamos falando. A ilegalidade do comércio causa um dano muito grande a nossa sociedade.

Caso venha a ser legalizado o uso da maconha, isso não significa autorizar um uso de quem quiser e em qualquer lugar. Assim como o tabaco e o álcool, a maconha deverá estar dentro de uma legislação.

A hipocrisia da sociedade é algo que realmente me assusta. Como somos tão egoístas e só lutamos pelos nossos direitos. Essa não é uma questão se você é ou não é usuário, mas sim de manifestar-se, pois viver em democracia é acima de tudo entender que pensamentos opostos podem viver juntos dentro de um mesmo espaço.



 
Jonathan Sodré de Souza

2 comentários:

  1. Caro Jonatham,
    respeito sua opinião. No entanto, a maconha, assim como o álcool, o cigarro, e tantas outras drogas possui efeitos colaterais.
    Podemos destacar alguns de muitos problemas causados pelo uso contínuo da droga, como por exemplo: Devido à contínua exposição com a fumaça tóxica o sistema respiratório do usuário começa a apresentar problemas como bronquite e perda de capacidade respiratória.
    O consumo também diminui a produção de testosterona, hormônio masculino responsável, entre outras coisas, pela produção de espermatozoides. Logo, o homem que consome a droga continuamente apresenta capacidade reprodutiva menor.
    É imperativo lembrar que os problemas psíquicos são os mais variados, entres eles a perda da lucidez, a redução da capacidade de aprendizado e memorização e tantos outros malefícios.
    Em suma, “ a droga é uma droga”, relembrando um antigo clichê.
    E ao meu humilde ver a suposta “bolada ilegal” que a maconha circula, não deixaria de ser bem aproveitada legalmente. Suponho que o dinheiro movimentaria a economia e consequentemente aumentaria a arrecadação de impostos. Os únicos prejudicados nessa história seriam os cidadãos que estariam “legalmente” expostos à dependência de mais uma droga.

    Daniele
    2º B

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  2. Encontrei na Associação Brasileira de Psiquiatria este artigo que fala sobre a maconha e seu efeitos: http://bit.ly/ruEbPG.

    Não obstante os prejuízos a saúde física e mental, a questão levantada pelo Jonathan me parece muito pertinente.

    Qual o critério utilizado pelo Estado para escolher quais substâncias tóxicas são de uso lícito ou ilícito?

    FHC está trazendo esse assunto à tona com questionamentos muito interessantes: http://youtu.be/Hz0EWwC-hug.

    Jonathan, sugiro que você monte um grupo para aquele trabalho em sala para discutir sobre esse tema: comparem o tratamento jurídico referente ao uso da maconha no Brasil e na Holanda.

    Depois disso quero que você redija um projeto de lei e envie para o site www.nossalei.com.br e faça uma campanha para transformá-lo em um projeto de lei de iniciativa popular. Aceita o desafio?

    Abraço, Osly.

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