segunda-feira, 24 de outubro de 2011

Argumento Dedutivo x Argumento Indutivo

Quando o direito vai usar um argumento dedutivo?

Numa decisão Judicial, um vendedor é condenado a pagar os danos causados por defeito do produto. No contrato de compra e venda, há uma cláusula implícita no sentindo de que a mercadoria deve ser comercializável, ou seja, de boa qualidade. Se não for, caberão perdas e danos. O raciocínio lógico-dedutivo é que o vendedor descumpriu a cláusula implícita e, portanto, deverá ser obrigado a indenizar os danos. O predicado "lógico" é usado com relação às premissas do raciocínio: se não forem contraditórias, o raciocínio será lógico.
Premissa maior: quem descumpre uma clausula contratual deve indenizar a outra parte.
Premissa menor: o vendedor descumpriu uma clausula contratual.
Conclusão: O vendedor deverá indenizar o comprador.
Trata-se de um argumento dedutivo válido, porque aceitar a verdade das premissas implica aceitar a verdade da conclusão. Basta inspecionar a forma lógica do argumento para ver que a conclusão é uma consequência lógica das premissas, ou seja, que não seria logicamente consistente afirmar a verdade das premissas e negar a verdade da conclusão.


Quando o direito vai usar um argumento indutivo?

João – confesso que matei o meu patrão.
Detetive – de acordo com os dados de que dispomos e visto que era um dos suspeitos, a sua confissão é plausível. Considere-se preso. Foi você que cometeu o crime.
Premissa maior – o suspeito João confessou o crime.
Premissa menor – o que sabemos até agora sobre o crime constitui forte evidência para pensar que João cometeu o crime.
Conclusão – logo, João cometeu o crime.
Trata-se de um argumento indutivo porque a verdade das premissas apenas torna fortemente provável a verdade da conclusão. Não a garante. O argumento é válido – indutivamente forte –, dado que os fatos enunciados na premissa constituem fortes razões a favor da verdade da conclusão. Mas não é impossível que as premissas sejam verdadeiras e a conclusão falsa porque pode dar-se o caso de João ter mentido para salvar o verdadeiro assassino ou de alguém testemunhar que à hora a que foi cometido o crime João estava a ver a sportv. Ao contrário dos raciocínios dedutivos, os argumentos indutivos têm um caráter aberto, correm o risco de, à luz de novos dados, terem de rever o que se concluiu.



Outro exemplo para notar a diferença entre argumento dedutivo e argumento indutivo.

ARGUMENTO DEDUTIVO:
Se matar, vai preso.
João matou.
Logo, João será preso.

ARGUMENTO INDUTIVO:
Se matar, vai preso
João está preso.
Logo, João matou.

Paradoxo Lógico

Afinal, em que consiste um paradoxo lógico?

Entende-se como paradoxo lógico duas proposições contrárias ou contraditórias que derivam conjuntamente a partir de argumentos que não se revelaram incorretos fora do contexto particular que gera o paradoxo. Ou seja, partindo de premissas geralmente aceitas e utilizadas, é (pelo menos aparentemente) possível, em certas condições específicas, inferir duas proposições que ou afirmam exatamente o inverso uma da outra ou não podem ser ambas verdadeiras, fazendo com que as premissas nos obriguem a formular uma conclusão completamente absurda.

EXEMPLO:
Se o Pinóquio disser: " MEU NARIZ VAI CRESCER AGORA"  o que acontece?

Premissa 1: Todos sabem que o nariz do pinóquio cresce se ele mentir.
Premissa 2: Se o Pinóquio disser a verdade, o nariz dele não cresce.

Conclusão: Se o Pinóquio disse a verdade sobre o nariz dele crescer, então o nariz dele não irá crescer, logo ele terá dito uma mentira, então o nariz dele deveria crescer.


segunda-feira, 3 de outubro de 2011

                                                 Sobre a Divisão do Pará 

A divisão do Estado do Pará é um assunto que está correndo com certa polêmica pelos meios de comunicação, apesar de não nos atingir diretamente vale a pena saber um pouco sobre e opinar. A divisão do Pará será feita em três partas que serão o próprio Pará num tamanho bem reduzido, o Carajás e o maior deles que será o Tapajós. A justificativa para essa mudança é a descentralização do estado e expansão da economia para outras áreas, mas é isso mesmo que pode acontecer? Não terá nenhuma conseqüência negativa?
O primeiro problema dessa divisão é o que todo mundo vai pensar de primeira: “Mais um ente da união é mais deputado federal e mais senador pra aumentar o gasto da união”, isso atinge a todo o país já que estamos com  representantes de sobra e os gastos do governo são enormes. Essa separação criaria um Pará menor com mais da metade do PIB do estado, outro Estado extremamente violento que seria o Carajas que tem a 4ª cidade mais violenta do país e um terceiro estado que seria o maior em território e o com o menor PIB, sendo assim seria o mais pobre dos três e o segundo mais pobre do país. Por essa divisão vemos que existe uma grande desigualdade, e eu não acredito que isso vai mudar, pois se for pra descentralizar e dividir a renda do estado, poderá ser feito do jeito que está,  basta ter comprometimento e uma boa administração. Os gastos do governo para manter esse dois novos estados seriam de 9 bilhões, com menos que isso já dá para fazer grandes investimentos nas áreas desfavorecidas do Pará. Levando em consideração que o estado não tem educação de qualidade e que será necessária a contratação de por volta 300 000 funcionários públicos, então concluímos que esses funcionários seriam na maioria de outros estados, retirando assim a oportunidades dos nativos da região.
As regiões separadas se sustentariam de mineração e do cultivo de grãos, se existe riqueza no subsolo e do próprio solo iriam sobrar conflitos por terra e desmatamento ilegal, num estado onde esse tipo de conflito é resolvido com a violência e a lei é a lei do mais forte como víamos na época dos coronéis. A divisão iria favorecer as empresas mineradoras, pois é bem mais fácil negociar com um estado novo que não tem uma máquina pública estabelecida a mais tempo, isso facilitaria as empresas no sentido de não ser necessário tanta preocupação ambiental. Facilitaria também na hora de empregar, porque o estado sendo novo não teria sindicatos para controlar qualidade, segurança e nem salários dignos para os funcionários e, nos levaria novamente ao tema da desqualificação educacional e profissional dos moradores dessas regiões, que faria com que sobrasse para eles apenas empregos mais manuais e para os outros empregos com requer mais qualificação e remuneram melhor.
Diante disso a minha opinião é que o Pará ficaria melhor do jeito que está e ao invés de uma divisão desproporcional do estado fosse feita políticas públicas para ajudar as regiões mais pobres, é melhor investir dinheiro em educação, saúde e segurança num estado já estabelecido do que investir dinheiro para manter um estado novo com políticos velhos.