segunda-feira, 3 de outubro de 2011

                                                 Sobre a Divisão do Pará 

A divisão do Estado do Pará é um assunto que está correndo com certa polêmica pelos meios de comunicação, apesar de não nos atingir diretamente vale a pena saber um pouco sobre e opinar. A divisão do Pará será feita em três partas que serão o próprio Pará num tamanho bem reduzido, o Carajás e o maior deles que será o Tapajós. A justificativa para essa mudança é a descentralização do estado e expansão da economia para outras áreas, mas é isso mesmo que pode acontecer? Não terá nenhuma conseqüência negativa?
O primeiro problema dessa divisão é o que todo mundo vai pensar de primeira: “Mais um ente da união é mais deputado federal e mais senador pra aumentar o gasto da união”, isso atinge a todo o país já que estamos com  representantes de sobra e os gastos do governo são enormes. Essa separação criaria um Pará menor com mais da metade do PIB do estado, outro Estado extremamente violento que seria o Carajas que tem a 4ª cidade mais violenta do país e um terceiro estado que seria o maior em território e o com o menor PIB, sendo assim seria o mais pobre dos três e o segundo mais pobre do país. Por essa divisão vemos que existe uma grande desigualdade, e eu não acredito que isso vai mudar, pois se for pra descentralizar e dividir a renda do estado, poderá ser feito do jeito que está,  basta ter comprometimento e uma boa administração. Os gastos do governo para manter esse dois novos estados seriam de 9 bilhões, com menos que isso já dá para fazer grandes investimentos nas áreas desfavorecidas do Pará. Levando em consideração que o estado não tem educação de qualidade e que será necessária a contratação de por volta 300 000 funcionários públicos, então concluímos que esses funcionários seriam na maioria de outros estados, retirando assim a oportunidades dos nativos da região.
As regiões separadas se sustentariam de mineração e do cultivo de grãos, se existe riqueza no subsolo e do próprio solo iriam sobrar conflitos por terra e desmatamento ilegal, num estado onde esse tipo de conflito é resolvido com a violência e a lei é a lei do mais forte como víamos na época dos coronéis. A divisão iria favorecer as empresas mineradoras, pois é bem mais fácil negociar com um estado novo que não tem uma máquina pública estabelecida a mais tempo, isso facilitaria as empresas no sentido de não ser necessário tanta preocupação ambiental. Facilitaria também na hora de empregar, porque o estado sendo novo não teria sindicatos para controlar qualidade, segurança e nem salários dignos para os funcionários e, nos levaria novamente ao tema da desqualificação educacional e profissional dos moradores dessas regiões, que faria com que sobrasse para eles apenas empregos mais manuais e para os outros empregos com requer mais qualificação e remuneram melhor.
Diante disso a minha opinião é que o Pará ficaria melhor do jeito que está e ao invés de uma divisão desproporcional do estado fosse feita políticas públicas para ajudar as regiões mais pobres, é melhor investir dinheiro em educação, saúde e segurança num estado já estabelecido do que investir dinheiro para manter um estado novo com políticos velhos. 

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